Como tratar alergias alimentares em crianças
As alergias alimentares em crianças e adolescentes são muito frequentes. Estima-se que oito em cada cem crianças apresente algum tipo de alergia ligada à alimentação. Isso decorre tanto de fatores genéticos quanto de fatores externos relacionados aos hábitos alimentares modernos e uso precoce de alguns medicamentos.
A alergia ocorre quando o sistema imunológico da criança responde mal a um alimento consumido, identificando-o como uma ameaça. A partir disso, o organismo cria um anticorpo contra esse alimento, e ele passa a ser “mal visto” no organismo.
Alimentos mais comuns de causarem alergias em crianças
Oito alimentos figuram entre os que mais causam alergia em crianças (e também adultos):
-Leite de vaca; – Ovo (especialmente a clara); – Castanhas, nozes, amêndoas, etc; – Trigo; – Soja; – Amendoim; – Peixes e frutos
O leite de vaca é apontado como a alergia mais comum na infância, com pico de prevalência de 2% a 3% no primeiro ano de vida até 8% nas idades pré-escolares. Este alimento contém aproximadamente 20 proteínas, sendo que as que representam mais comumente alergia são a Caseína e as Proteínas do Soro.
É importante ressaltar que a Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é diferente da intolerância à lactose, apesar de apresentarem sintomas semelhantes, pois a primeira ataca o sistema imunológico da criança e a segunda se dá por conta da falta de uma enzima necessária para digerir o leite.
Em geral, apesar de não ser uma regra, as alergias alimentares a leite de vaca, ovo, trigo e soja desaparecem durante a infância. Já as reações à amendoim, nozes e frutos do mar tendem a ser mais duradoras, podendo permanecer a vida inteira
Sintomas
As reações alérgicas alimentares podem atacar não apenas o sistema digestivo, mas também o respiratório, a pele ou até mesmo o sistema nervoso, por meio de enxaquecas. Quando a reação ocorre no processo de digestão, os principais sintomas são: vômitos, refluxo, constipação, dores abdominais e perda do apetite.
Ao se manifestar na pele, observa-se o nascimento de urticárias e eczemas. No sistema respiratório, a alergia causa coriza, rinite e, o que mais assusta as mães: fechamento da glote, impedindo a passagem de ar e afetando gravemente a respiração, o que é um quadro muito grave com risco de vida.
Descoberta e Tratamento
Há muitos pais que procuram informações na internet e eles mesmos inferem o diagnóstico. Isso é muito arriscado, e é imprescindível que um(a) médico(a) Gastroenterologista Pediátrico seja procurado nos primeiros sintomas para fazer um diagnóstico mais preciso e indicar o melhor tratamento.
O tratamento mais básico é a adaptação da dieta, com retirada do alimento causador da alergia. Já o tratamento medicamentoso da alergia alimentar pode ser feito com corticoides, anti-histamínicos, anti-leucotrienos e anti-serotonínicos. Há também vacinas direcionadas a alergias alimentares.
De acordo com o caso, unindo o tratamento dietético e medicamentoso, consegue-se a dessensibilização do sistema imune e o controle da doença.
Ao observar mudanças no comportamento digestivo do seu filho, procure um(a) profissional da Gastroenterologia Pediátrica, que é especializado em dar o melhor atendimento para questões infantis e infanto-juvenis.